Preservar a memória é tão simples quanto alimentar o cérebro

Nutrição e Dieta

6 min.

Começam a faltar-lhe as datas, a trocar os nomes e, sem saber como, perde facilmente o fio à meada da conversa e acaba sem saber como começou. Concentre-se.

Está a precisar de alimentar o seu cérebro!

Preservar a memória é tão simples quanto alimentar o cérebro

A falta de nutrientes adequados ao funcionamento do cérebro é um dos factores que desencadeia um processo bioquímico equivalente a uma ruptura no cérebro, a um "curto-circuito". É isto que acontece quando sucedem as apelidadas "brancas" ou falhas de memórias.
Qualquer que seja a razão ou factor de risco (stress, alergias, doenças da tiróide, má circulação, Hipoglicémia, envelhecimento...), a receita pode passar por alimentar bem o cérebro (ver conselhos).

Mas, nem sempre os nutrientes necessários ao cérebro, se encontram em abundância na alimentação. É por isso que existem suplementos nutricionais.

Duelo entre Antioxidantes e Radicais Livres
A questão é, desde há muito, abordada pelos cientistas: substâncias químicas, chamadas radicais livres, danificam as moléculas do oxigénio, atacam o DNA celular e, consequentemente, deterioram a memória. Podem ser formadas por drogas, medicamentos ou álcool. Mas a formação de radicais livres também se deve ao stresse, à exposição a produtos tóxicos ambientais, raios X. UV; tabaco, podendo ainda formar-se a partir das carnes e grelhados, ou quando os alimentos são fritados em óleos degradados.
Para além de poderem conduzir à doença cardíaca ou à aterosclerose, são também responsáveis pela perda de memória (e, até mesmo. pela doença de Alzheimer).
Quer os metais pesados, quer o alumínio contribuem para acelerar a degeneração cerebral, julga-se que o alumínio seja um dos principais responsáveis pela doença de Alzheimer.
É aqui que entram "em cena" os suplementos antioxidantes, com o papel principal de combater os radicais livres, proteger contra o envelhecimento e a degeneração das células e, consequentemente, prevenir a perda de memória. Conheça os mais eficazes.

Fosfatidilserina
Trata-se do fosfolípido que existe em maior concentração nas células cerebrais.
Grande parte das investigações feitas concluíram que pode ajudar a atrasar a perda de memória, a concentração e outras capacidades mentais que acompanham o envelhecimento. A suplementação com este nutriente pode ser, assim, uma opção, visto não ser possível encontrá-lo com abundância na alimentação.

Ginkgo biloba
A planta medicinal mais conhecida, investigada e usada para melhorar o afluxo de sangue ao cérebro, favorecendo a memória, melhorando a capacidade de concentração e a vigilância.
O extracto de Ginkgo demonstrou, também, possuir uma forte acção antioxidante, ao nível das células cerebrais, protegendo assim, a sua degeneração.

Acetil-L-Carnitina
À medida que envelhecemos, os níveis de Acetil L-Carnitina no cérebro vão diminuindo, sendo este nutriente essencial, para prevenir a deterioração deste órgão, em situações de stress, devido à sua enorme capacidade antioxidante.

Ácidos Gordos Ómega 3
Ácidos gordos essenciais ao funcionamento do cérebro. Devido à refinação dos alimentos e aos produtos enlatados que consumimos, a dieta, dificilmente, nos fornece o teor mínimo destes nutrientes.
Os peixes gordos – atum, salmão, arenque, sardinhas, etc. - são boas fontes de ómega 3. Infelizmente, os peixes de maiores dimensões apresentam teores muito elevados de mercúrio. Deste modo, a escolha mais inteligente deve recair sobre uma boa suplementação com ácidos gordos ómega 3, desprovidos deste metal pesado.

Vitaminas E, C e Complexo B
As vitaminas antioxidantes clássicas são as E e C e podem ser encontradas nos frutos frescos, saladas, vegetais e legumes verdes. Quanto às do Complexo B (principalmente a B6, B 12 e ácido fólico), para além de serem altamente benéficas para a memória, alimentam e regulam o cérebro e o sistema nervoso. São ainda essenciais à formação dos neurotransmissores, os mensageiros químicos do sistema nervoso.

Outros antioxidantes
Minerais como o Zinco e o Selénio, estão envolvidos na protecção antioxidante, servindo como co-factores para a resíntese de enzimas antioxidantes. Para além deles, há que não esquecer a forte acção do Acido Alfa-lipóico (reconhecido antioxidante que combate o envelhecimento) e do DHA (um dos ácidos gordos Ómega 3 que facilita a neurotransmissão química) na prevenção da perda de memória.

Recomenda-se:
Vitamina C - 500 a 1000 mg/dia
Zinco - 20 a 30 mg/dia
Vitamina E - 200 a 400 UI/dia
Ginkgo biloba - 120 mg/dia (extracto)
Magnésio - 300 a 400mg/dia
Fosfatidilserina - 200 mg a 300 mg/dia
Selénio - 200 mcg/dia
Ácidos Gordos Ómega 3 - 300 a 600 mg/dia

CONSELHOS:
- Faça uma dieta equilibrada e variada, baixa em gorduras saturadas e rica em gorduras insaturadas - peixes gordos pequenos (sardinha, cavala, carapau, truta pequena), frutos secos e azeite, em vez de margarinas ou manteiga;

- Inclua vegetais e legumes verdes em todas as refeições, e coma, pelo menos, 3 peças de fruta por dia. Estes alimentos são muito ricos em vitaminas e fitonutrientes antioxidantes;

- Evite os açúcares refinados e os adoçantes;

- Pratique exercício físico – estimula a actividade cerebral e diminui o stresse (facto r de risco);

- Faça jogos mentais – puzzles, xadrez, cartas, tente fixar nomes de pessoas, moradas, números de telefone, quer pela repetição continuada de os dizer, quer através de menemónicas (associações a outras pessoas ou coisas);

- Não fume, evite drogas e fármacos, bem como bebidas de elevado teor alcoólico. Prefira o vinho tinto – 1 copo às refeições!